Elevação do seio crestal com Geistlich Bio-Oss® Collagen

28-09-2022

O Dr. Francisco Delille colocou mais de 100 implantes na zona posterior da maxila, com elevação simultânea do seio maxilar pela técnica crestal. Discutimos com ele a previsibilidade, o tempo de cirurgia e as possíveis complicações.    
Inibsa

Dr. Delille, pode explicar o protocolo cirúrgico que utiliza para a colocação de implantes com elevação imediata do seio maxilar? 

O protocolo cirúrgico é muito simples e previsível. Começamos com a habitual preparação para o implante até chegarmos à cortical óssea do pavimento do seio maxilar. Abrimos a cortical com um instrumento piezo-cirúrgico com ponta redonda para expor a membrana de Schneider no mesmo diâmetro da preparação do implante. Depois disto, dividimos um bloco Geistlich Bio-Oss®Collagen de 100 mg em blocos mais pequenos. Os blocos são cuidadosamente introduzidos no local do implante, um a um, e comprimidos com a broca macho de rosca em baixa rotação. Isto é ideal para aplicar pressão na membrana de Schneider, sem risco de lesão. Após a colocação do material de enxerto, podemos confirmar a resistência da membrana. Depois, o implante é inserido no osso e no material de enxerto. 

Porque é que realiza uma abordagem crestal, em vez de uma abordagem de janela lateral com Geistlich Bio-Oss® Collagen? 

Porque nos permite aumentar eficazmente a altura óssea na zona do seio maxilar, podendo colocar o implante utilizando menos material de enxerto e com resultados clínicos muito previsíveis. 

Qual é a quantidade mínima de osso residual e que papel desempenha o implante para a estabilidade da região aumentada? 

Precisamos de pelo menos 3 a 4 mm de altura de osso residual e 6 a 7 mm de largura, para poder colocar um implante com 4 mm de diâmetro e 8 a 10 mm de comprimento. 
Além disso, a qualidade do osso entre as corticais ósseas deve ser boa. A altura e qualidade do osso são fundamentais para a estabilidade primária do implante. 
O implante funciona então como um pilar de tenda, que impede que o material de enxerto seja comprimido devido à pressão da membrana de Schneider. A altura final óssea vai corresponder assim ao comprimento do implante colocado. 

A elevação do seio maxilar, via crestal, é por vezes considerada menos previsível quando comparada com a abordagem pela janela lateral. Qual é a sua experiência? 

Uma das razões pelas quais alguns Médicos Dentistas não se sentem seguros quando realizam uma elevação do seio pela técnica crestal é por não terem visão directa da membrana de Schneider. Mas na minha experiência, temos um nível igual ou ainda melhor de previsibilidade com a abordagem crestal. 
Os instrumentos cirúrgicos piezo-elétricos (que não danificam a membrana) e o Geistlich Bio-Oss® Collagen (que permite descolar a membrana), são determinantes para o sucesso desta técnica. 

Quais são os principais benefícios deste protocolo para o paciente? 

Os principais benefícios da utilização deste protocolo para os pacientes são um tempo de cirurgia significativamente mais reduzido, um menor custo e um melhor pós-operatório (com menos edema e menos desconforto).1

Uma complicação principal na elevação do seio maxilar é a perfuração da membrana de Schneider. Como funciona a sua abordagem a este respeito em comparação com outros métodos comuns? 

O risco de perfuração da membrana de Schneider utilizando esta abordagem, em comparação com outros métodos é muito baixo.2 Utilizamos o instrumento piezo-cirúrgico para abrir o osso cortical. Além disso, o Geistlich Bio-Oss® Collagen torna-se moldável e fácil de aplicar quando absorve sangue. 
Esta é a chave para o sucesso! 

Recomenda este protocolo a principiantes? 

Claro que sim! 
A vantagem desta técnica é a sua simplicidade. Acredito que todos os Médicos Dentistas Implantologistas serão capazes de a executar, após a aprendizagem do protocolo. Só precisam de se familiarizar com os instrumentos piezo-cirúrgicos e com o material de enxerto ósseo. 
E, claro, precisam de respeitar os critérios de quantidade e qualidade óssea para a estabilidade do implante. 

 

Referências:  

  1. An, X. et al: Clin Implant Dent RelatRes. 2019 Oct;21(5):1054-61. (clinicalstudy)
  2. Zhou X, et al: Chin J Dent Res. 2017;20(4):211-18. (clinicalstudy)