Análise Histológica de um Novo Método de Desepitelização de Enxertos de Tecido Conjuntivo Palatino: Estudo Experimental em Cadáver

19-08-2024

Em maio de 2024, a equipa de investigação liderada pela Dra. Natalia Bara publicou um estudo intitulado “Histological Analysis of a New Method of De-epithelialisation of Palatal Connective Tissue Grafts: Experimental Cadaver Study” (Análise histológica de um novo método de desepitelização de enxertos de tecido conjuntivo palatino: estudo experimental em cadáveres) na revista Clinical Oral Investigations. Segue-se um resumo do estudo e uma hiperligação para a versão completa.
Inibsa

Resumo do estudo

Antecedentes

Os enxertos autólogos de tecido conjuntivo (ACTs) são uma ferramenta fundamental no tratamento de desordens mucogengivais, amplamente utilizados na prática clínica. Existem várias técnicas para a obtenção dos TCAs palatinos, classificadas em desepitelização intraoral e extraoral. A desepitelização completa é crucial para reduzir os riscos, mas a técnica mais eficaz continua a ser objeto de debate.

 

Objetivos

O objetivo foi avaliar histologicamente a eficácia de um novo método de desepitelização intra-oral utilizando um raspador ósseo, e compará-lo com uma técnica de desepitelização extra-oral e com a utilização de uma broca de diamante para a desepitelização intra-oral.

 

Material e Métodos

Foi realizado um estudo experimental com nove peças de cabeça cadavérica humana, comparando três diferentes técnicas de desepitelização para obtenção de ITCs do palato posterior, resultando em 18 enxertos no total. As técnicas foram distribuídas aleatoriamente para cada himiárico, formando os grupos: raspador ósseo, broca diamantada e desepitelização extra-oral com bisturi. Foi realizada análise histológica dos ITCs, avaliando-se a percentagem da superfície do enxerto sem epitélio, o tempo de desepitelização e a espessura do enxerto.

 

Resultados

Foram analisados 16 ITCs devido à deterioração de duas amostras. O grupo de desepitelização extra-oral apresentou 58,84% (DP: 22,68) de superfície sem epitélio e um tempo médio de 3,7 minutos (DP: 0,15). O grupo da broca de diamante intra-oral apresentou 88,24% (DP: 41,3) de superfície livre de epitélio em 1,455 minutos (DP: 0,3). O raspador ósseo intra-oral alcançou 97,98% (DP: 5,99) de superfície livre de epitélio em 0,815 minutos (DP: 0,28) (P<0,05). Foram observadas diferenças significativas entre o grupo do raspador ósseo e o grupo extra-oral (P = 0,009). Houve diferenças estatisticamente significativas no tempo de desepitelização (P<0,001), mas não na espessura do enxerto (P=0,245).

 

Conclusões

Apesar das limitações do estudo, a técnica de desepitelização com raspador ósseo parece ser a técnica mais eficaz e rápida para a desepitelização de ITCs.

Link para a versão completa do estudo

 

Formação da Dra. Natalia Bara:

  • Licenciatura em Odontologia pela Universidade de Barcelona.
  • Pós-graduação em Medicina e Cirurgia Oral– Fundação SCOE.
  • Pós-graduação em ATM e Dor Orofacial – Universidade de Barcelona.
  • Pós-graduação em Implantologia Integral – Fundação SCOE.

Experiência Profissional:

Atualmente trabalha no Hospital Universitário Sagrado Coração de Barcelona (Instituto Maxilofacial Bara-Gaseni).